domingo, 12 de abril de 2009

Atividade para o feriado...

TEXTO: “O PARÁGRAFO” (cap. 13 do livro: Comunicação e expressão em prosa moderna)

RESUMO

Segundo Othon Garcia, o parágrafo é uma unidade de composição constituída por um ou mais de um período, em que se desenvolve determinada idéia central, ou nuclear, a que se agregam outras, secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela.
Para o autor, pode haver diferentes tipos de estruturação de parágrafo, tudo dependendo da natureza do assunto e sua complexidade, do gênero de composição, do propósito, das idiossincrasias e competência do autor, tanto quanto da espécie de leitor a que se destine o texto. O conceito de parágrafo supra se aplica a um tipo de parágrafo considerado como padrão, não só no sentido de modelo que se deva imitar, mas também no sentido de ser freqüente, ou predominante, na obra de escritores de mérito reconhecido.
O parágrafo facilita ao escritor a tarefa de isolar e depois ajustar convenientemente as idéias principais da sua composição, permitindo ao leitor acompanhar–lhes o desenvolvimento nos seus diferentes estágios. Deve conter um processo completo de raciocínio e ser suficientemente curto para permitir analisar os componentes desse processo. A extensão do parágrafo depende da divisão do assunto, então, idéias mais complexas devem se desdobrar em mais de um parágrafo.
Em geral o parágrafo-padrão, aquele de estrutura mais comum, é composto de duas ou três partes: a introdução – contendo a idéia-núcleo –, o desenvolvimento – elucidando a idéia-núcleo – e, mais raramente, a conclusão. O tópico frasal, quando existente, é normalmente composto por um ou dois períodos curtos iniciais, encerra de modo geral e sucinto a idéia-núcleo do parágrafo e pode se apresentar como: declaração inicial, definição, divisão. Existem outros modos de iniciar o parágrafo, tais como: alusão histórica, omissão de dados identificadores num texto narrativo, interrogação. Há, ainda, a possibilidade de o tópico frasal vir implícito ou diluído no parágrafo.


OPÇÕES DE DESENVOLVIMENTO DE PARÁGRAFO:

1 – ENUMERAÇÃO OU DESCRIÇÃO DE DETALHES
É uma das formas mais comuns e ocorre de preferência quando há tópico frasal inicial explícito.
Ex: “Era o casarão clássico das antigas fazendas negreiras. Assobradado, erguia-se em alicerces o muramento, de pedra até meia altura e, dali em diante, de pau-a-pique (...) À porta da entrada ia ter uma escadaria dupla, com alpendre e parapeito desgastado. (Monteiro Lobato)
2 – CONFRONTO
Consiste em estabelecer confronto entre idéias, seres, coisas, fatos ou fenômenos. Normalmente, suas formas são o contraste e o paralelo. Utiliza a antítese e a analogia, procurando explicar o estranho pelo familiar.
Ex: “Embora a vida real não seja um jogo, mas algo muito sério, o xadrez pode ilustrar o fato de que, numa relação entre pais e filhos, não se pode planejar mais que uns poucos lances adiante. No xadrez, cada jogada depende da resposta à anterior, pois o jogador não pode seguir seus planos sem considerar os contra-ataques do adversário, senão será prontamente abatido. O mesmo acontecerá com um pai que tentar seguir um plano preconcebido, sem adaptar sua forma de agir às respostas do filho, sem reavaliar as constantes mudanças da situação geral, na medida em que se apresentam.” (Bruno Betelheim, adaptado)
3 – ANALOGIA E COMPARAÇÃOk

Ex: “A Revolução Industrial interferiu na organização do espaço geográfico. Ocorreu uma grande diferenciação entre o campo e a cidade com a Revolução Industrial e a organização do espaço físico em países ou Estados-nações. As cidades começam a crescer em ritmo acelerado. O meio urbano passa a ser a sede das indústrias e dos serviços modernos como bancos, universidades, administração etc. As cidades se tornam a sede de cada região. O meio rural vai gradualmente sendo influenciado pelas formas de produção da indústria moderna (mecanização e relação assalariada).”

4 – CITAÇÃO DE EXEMPLOS
Em muitos casos, a enumeração de exemplos confunde-se com a enumeração de detalhes.
Ex: “A televisão, apesar das críticas que recebe, tem trazido muitos benefícios às pessoas, tais como: informação, por meio de noticiários que mostram o que acontece de importante em qualquer parte do mundo; diversão, através de programas de entretenimento (shows, competições esportivas); cultura, por meio de filmes, debates, cursos.”
5 – CAUSAÇÃO E MOTIVAÇÃO
5 – a) Razões e conseqüências
Após uma declaração inicial são apresentadas razões ou explicações.

Ex: “Por que os estudantes têm dificuldade de escrever: Uma das razões é a falta de leitura. Outra, a falta de treino. A escola deve sanar essas deficiências.”
5 – b) Causa e efeito


6 – DIVISÃO E EXPLANAÇÃO DE IDÉIAS “EM CADEIA”
O desenvolvimento recorre à decomposição: divide o todo em partes e depois retoma uma a uma.

Ex: “Como se divide o sujeito em português: O sujeito pode ser simples, composto e indeterminado. O simples tem um núcleo. O composto, mais de um. O indeterminado ninguém sabe. Há um sujeito, mas não se consegue apontá-lo.”


7– DEFINIÇÃO
Nesse modo de desenvolvimento o tópico frasal é constituído pelo primeiro período do qual o segundo é apenas reforço.
Ex: “A informática tem importante papel no ensino hoje em dia. Por informática devemos entender tudo aquilo que se refira à criação, manipulação e transmissão de informação por intermédio de computadores, essas máquinas incríveis que estão cada vez mais dominando o homem -- no trabalho, na vida doméstica, no lazer.”

PARÁGRAFO DE DESCRIÇÃO E PARÁGRAFO DE NARRAÇÃO

Descrição Literária
Segundo o autor, descrição é a apresentação verbal de um objeto, ser, coisa, paisagem, (e até de um sentimento), através da enumeração de seus aspectos mais característicos, dos seus traços predominantes, colocados numa forma e ordem tais que do conjunto deles resulte uma impressão singular da coisa descrita.
Ponto de vista: não consiste apenas na posição física do observador, mas na sua atitude, sua predisposição afetiva diante do objeto a ser descrito. O ponto de vista pode ser da perspectiva física (ordem dos detalhes), mental (descrição subjetiva e objetiva ou expressionista e impressionista).
A descrição pode ser de personagens, paisagem,de ambiente (interior), etc.
Narração
A matéria da narração é o fato. Tem um sentido amplo, podendo ser qualquer acontecimento de que o homem participe direta ou indiretamente. O relato de um episódio, real ou fictício, implica interferência de alguns ou de todos dentre os seguintes elementos (personagens, fato e circustância):
– o quê: o fato, a ação (enredo);
– quem: personagens (protagonistas e antagonistas);
– como: o modo como se desenrolou o fato ou ação;
– quando: a época, o momento em que ocorreu o fato;
– onde: o lugar da ocorrência;
– porquê: a causa, razão ou motivo;
– pó isso: resultado ou conseqüência.
Nem sempre todos esses elementos estão presentes, exceto quem e o quê, sem os quais não há narração.
A ordem no relato dos fatos ou acontecimentos é, geralmente, a cronológica, a da sucessão do tempo, salvo, se para ser original ou despertar mais interesse no leitor ou dar mais ênfase a certos incidentes ou pormenores, o autor pode adotar outra ordem.
O ponto de vista também é importante. Se quem conta a história é um observador neutro, distante, ou co-participante, se personagem de primeiro plano ou secundário, se é onisciente ou onipresente.
O enredo (intriga, trama, história ou estória, urdidura, fábula) é a narrativa constituída pelo conjunto dos fatos que encadeiam, dos incidentes ou episódios em que as personagens sem envolvem num determinado tempo e ambiente, motivadas por conflitos de interesses ou paixões. É um artifício artesanal estruturado por um nexo de causa e efeito entre as peripécias que se enovelam e caminham para um desfecho. Enredo, é, então, o que acontece, é a própria narrativa.
O tema é a matéria do enredo e resulta do tratamento que o autor dá a determinado assunto.
Variedade de narração – o fato relatado pó ser:
– real: a história do gênero humano, a biografia, um perfil, a autobiografia, uma reportagem policial;
– fictício: o romance, o conto, a novela, a anedota, um incidente, todos são invenção, produto da imaginação.

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