quarta-feira, 3 de junho de 2009

respondendo as questões I e II

O papel do professor da Educação Infantil no desenvolvimento do grafismo infantil, em torno dos 2 e 3 anos.



Me interessei por este tema, por ter trabalhado, durante o ano de 2008, com crianças do grupo 3, e ter descoberto o mundo riquíssimo do grafismo que a faculdade não pode me apresentar em sua amplitude, tendo eu que me aprofundar muito em estudos da área, para tentar fazer um bom trabalho.
Toda criança, ao iniciar o contato com lápis e papel, tem isso como um brinquedo, e produz o que chamamos de garatuja, mais tarde fecham-se círculos e agregam-se filamentos na representação da figura humana, casas, árvores, brinquedos, enfim todo o universo visual de quem está descobrindo o mundo e/ou seu ambiente, começando assim a perceber sua produção e aos poucos construir idéias diversas. Ela vai descobrindo caminhos a partir de suas ações e do que lhe é apresentado. É fato que, o desenvolvimento desse grafismo não deve mais ser entendido como treinamento limitado apenas, mas sim, como representação de idéias sistemáticas ou não, com intenção de “escrever” para comunicar ou simplesmente expressar. Isso significa portanto que há comunicação e expressão, que há muito mais do que uma ação sensório-motora, que há construção de conhecimento, evolução de idéias, há inteligência, há emoção, uma rede complexa e intensamente ativa, onde o professor que esta à frente de uma turma de Educação infantil, deve estar preparado para estimular esse desenvolvimento.
O objetivo dessa pesquisa é saber de que forma esse professor da Educação Infantil está preparado para estimular o seu aluno; compreender o significado do grafismo infantil; as etapas da evolução do grafismo infantil; o desenvolvimento do grafismo infantil; conhecer o trabalho realizado pelo professor dessa classe que ainda é pouco preparado e valorizado por nossos órgãos públicos; observar estrutura do ambiente e materiais disponíveis.
É importante que o professor tenha claro que a representação infantil não é um desenho mal feito, mas uma expressão de uma mente em desenvolvimento, e que quanto mais essa criança for estimulada, com materiais diversos e com a linguagem oral, mais habilidades ela vai construir.
A formação de professores é um dos itens contemplados pela LDB, em seu artigo 62 redigido nos seguintes termos: “a formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério da educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade normal”. Aqui chama-se a atenção para a ênfase na formação de professores da educação infantil, cuja redação na LDB, é clara ao afirmar que é admitida a formação em nível médio, porém exigindo que seja na modalidade normal. Isto significa que é emergente a habilitação desses profissionais, conferindo-lhes a graduação necessária para que possam continuar a atuar neste nível de ensino. A mesma LDB, instituiu a década da educação, iniciada em 1997 que teve seu encerramento em 2007, afirmando que até o final deste período, somente seriam admitidos profissionais habilitados em nível superior ou formados por treinamento em serviço. Esse prazo já foi extinto, porém, ainda é fácil encontrar professores de Educação Infantil sem a graduação ou sem o devido treinamento, atuando em diversas escolas da cidade de Salvador.
Um professor de Educação Infantil deve buscar entender o significado que tem o grafismo infantil, buscar entender o porque que no primeiro contato da criança com lápis e papel, ela risca intensamente, produzindo rabiscos ou garatujas, até que a ponta termine, muitas vezes, extrapolando os limites do papel, indo para o próprio corpo e objetos próximos.
Derdyk destaca que:
A permanência da linha no papel se investe de magia e esta estimula sensorialmente a vontade de prolongar este prazer, o que significa uma intensa atividade interna, incalculável por nós adultos. (1989, p. 56)
Portanto, é a partir dessa ação que a criança começa a associar traços e gestos, ocasionando em desenvolvimento da mente, ela começa a perceber entre seus traços, traços do universo que a rodeia. Com o surgimento das sensações imediatas, isso se intensifica, fazendo com que a criança perceba cada vez mais as diferenças e semelhanças entre suas produções e o mundo, fazendo surgir assim traços mais fechados, arredondados. A partir desses traços arredondados, como o círculo, a criança pode executar outros desenhos, passando, como toda evolução, pela conservação e modificação do tipo.
O grafismo infantil tem três fases: realismo fortuito, realismo falhado e o realismo intelectual. A criança com idade entre 2 e 3 anos, passa pela fase do realismo fortuito, onde não existe profundidade, pois primeiramente é um movimento esporádico, que só depois se tornam desejados, como se fossem uma vontade de se expressar, tudo isso devido ao pensamento infantil ser tão rico e desordenado.
Durante a pesquisa foi possível conhecer os níveis de desenvolvimento do Grafismo Infantil e a grande responsabilidade do professor na construção de um ambiente favorável ao desenvolvimento do grafismo infantil. Destaco que o prazer encontrado pela criança no grafismo deixará de existir se não forem permitidas a exploração de sua função expressiva e a realização de seu potencial criativo, por isso, analiso que o professor deve repensar as expectativas quanto ao grafismo da criança, assim como o diálogo que estabelece com ela a respeito da sua produção gráfica.
O olhar que o professor dirige ao grafismo da criança apóia-se nas concepções que ele tem sobre o desenho enquanto linguagem, idéias constituídas na sua própria história e experiência com a linguagem. Desse modo, espera-se que esta pesquisa sobre o desenvolvimento do Grafismo Infantil venha contribuir para que professores e alunos a partir dessas vivências possam compreender os elementos intelectuais (significado e contextualidade) e elementos formais (cores, linhas, intensidade e dinâmica), que são evidenciados nos desenhos das crianças dentro de suas próprias linguagens e possam a partir desse conhecimento instigar sua capacidade criadora.
Com este trabalho, espero também estar fornecendo elementos facilitadores da relação em ensino-aprendizagem, contribuindo para que os envolvidos no processo, ampliem sua capacidade perceptiva, cognitiva, assim como o seu fazer e pensar pedagógico. Durante a pesquisa compreendi que os conteúdos e métodos de ensino devem estar vinculados à experiência individual de cada aluno e com a sua própria realidade sócio-cultural. Adotar uma metodologia adequada é um tanto difícil, pois cada uma delas apresenta suas vantagens e desvantagens.


Referências bibliográficas:

FERREIRO, Emília & TEBEROSKY, Ana. (1999) Psicigênese da Língua Escrita. Porto Alegre: Artmed,

MARTINS, Maria Anita Viviane. (2004). A Evolução do grafismo infantil e escrita. São Paulo: PUC mimeo (2007) O grafismo como forma de representação. São Paulo: PUC mimeo.

Monografia elaborada por Ribeiro:
http://74.125.95.132/search?q=cache:pYmubBpmraIJ:www.nead.unama.br/site/bibdigital/monografias/grafismo_infantil.pdf+desenvolvimtno+do+grafismo+infantil&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br

Nenhum comentário:

Postar um comentário